A falta de pediatras nos CRSs (Centros Regionais de Saúde), UBSs (Unidade Básica de Saúde) e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) tem gerado reclamações há vários anos em Campo Grande. Hoje pela manhã havia pediatras somente no CEMPE (Centro Municipal Pediátrico), que fica no Centro da Capital e no UPA Coronel Antonino, sendo que havia cinco profissionais em cada local.
O CEMPE estava lotado e mães que estavam no local e tiveram a classificação de risco dos filhos na cor Azul, tinham que esperar pelo menos quatro horas para serem atendidas. Odilha Areco, de 27 anos, que procurou atendimento para o filho de dois meses que estava com febre, não esperou o atendimento porque iria demorar.
“Já é a segunda vez que venho e não espero porque sempre o tempo de espera passa das quatro horas. Estou indo embora, não vou esperar tudo isso. No Pioneiros, onde eu moro, o posto só abre as vagas no dia 25 de cada mês e só tem 12 vagas, eu nunca consigo e meu filho não passou nem pela primeira consulta desde de que nasceu”, explicou.
Ela também reclama da distância que teve que percorrer para chegar o centro e não receber o atendimento em pelo menos uma hora. “Poderia ser mais rápido, perdi minha viagem e ainda gastei para chegar aqui e não ser atendida” reclamou.
Objetivos da Classificação de Risco, segundo o Ministério da Saúde é: Avaliar o paciente logo na sua chegada ao Pronto-Socorro humanizando o atendimento; Descongestionar o Pronto-Socorro; Reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; Determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades conforme protocolo. Exemplo: ortopedia, ambulatórios, etc. Informar os tempos de espera. Promover ampla informação sobre o serviço aos usuários. Retornar informações a familiares.
Hoje o prefeito Gilmar Olarte (PP) disse que pretende treinar clínicos gerais para atender crianças, pois segundo ele “existem sete itens de doenças infantis que está no protocolo mundial das doenças básicas que dá na maioria das crianças, então se nós fizermos o treinamento nós teremos, inclusive condições de aliviar o CEMPE com esses clínicos gerais treinados para atender a pediatria”, explicou o prefeito, que foi questionado sobre não ter pediatras nos CRS e UPAS que estão localizados em bairros, onde muitos não tem condições de levar seus filhos ao CEMPE ou a outro centro onde estejam esses pediatras.