Fugindo das secas severas e queimadas no Pantanal, as araras fizeram de Campo Grande ‘sua casa’. Há pouco, a cidade ganhou a titulação de Capital das Araras e agora ganhará um ‘Bosque das Araras’, realizado pelo projeto Campo Grande das Araras. A ação é o plantio de 50 árvores nativas que ocorrerá no dia 1º de junho, 4 dias depois, em 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Segundo o Instituto Arara Azul, ao menos 700 aves da espécie Canindé nasceram recentemente em 300 ninhos monitorados. "As araras-canindé estão se reproduzindo com sucesso na área urbana de Campo Grande. Estudos complementares poderão determinar os fatores que influenciam a reprodução dessa espécie na cidade. As araras hibridas (resultado do cruzamento de arara Canindé (Ara ararauna) com arara vermelha (Ara chloropterus) também estão sendo monitoradas. Pretende-se utilizar estas espécies, que são tão emblemáticas para envolver a comunidade nas questões ambientais, principalmente para a importância da conservação da biodiversidade", diz o Instituto.
De acordo com os idealizadores do projeto, serão plantadas no Parque das Nações 50 mudas de árvores e palmeiras utilizadas na alimentação não só das araras, mas também de outras aves e animais. “São palmeiras como bocaiúva e pindó e árvores como pitomba, manduvi, cumbaru, entre outras”, explicam os realizadores da ação.
As espécies foram indicadas por Larissa Tinoco Barbosa, coordenadora do projeto Aves Urbanas do Instituto Arara Azul, por estarem na lista dos alimentos preferidos das canindés. As mudas foram doadas pelo ambientalista Nereu Rios que está coordenando o plantio.
A ideia é que o Bosque das Araras funcione como um atrativo a mais para fortalecer a presença das aves na cidade e garanta alimento e morada para as futuras gerações delas.
Campo Grande das Araras é um projeto multimídia com ações como produção de filmes, criação do Bosque das Araras e do Circuito das Araras. O objetivo é despertar a atenção para a presença das aves na cidade, informar e conscientizar a população da importância de ter, preservar e incentivar cada vez mais a biodiversidade no ambiente urbano.
O filme principal, que aborda a migração da arara Canindé do Pantanal sul-mato-grossense para Campo Grande, suas causas e efeitos, se desdobra em cinco vídeos de apoio que ajudam a retratar os vários aspectos sobre o universo das araras. O Projeto Campo Grande das Araras prevê, além do bosque, a criação do Circuito das Araras, um roteiro com cinco pontos com totens que vão funcionar como centro de informações. Em cada um deles, nos totens projetados pelo arquiteto e fotógrafo Marcelo Oliveira, QR Codes vão permitir o acesso ao conteúdo do projeto. Todo o conteúdo estará no site www.campograndedasararas.