Na manhã desta terça-feira (26) a reportagem do MS Noticias percorreu algumas ruas de Campo Grande na intenção de saber de moradores e usuários das vias se os buracos que estão causando transtornos já foram tapados e o que a população tem feito para sinalizar essas crateras.
Em um pequeno trecho da Rua Antônio Maria Coelho que fica de fundo com a Via Parque até a Avenida Mato Grosso foram contados aproximadamente 82 buracos, já ao longo da via existe um total de 106 buracos muito próximos um do outro dificultando até mesmo de fazer manobra para desvio.
O moto entregador Francisco de Assis Roberto de 33 anos disse estar revoltado com a situação, pois os gastos com a manutenção de sua moto aumentaram depois que os buracos se transformaram em crateras. “Direto o pneu da minha moto é cortado, eu sou moto entregador e passo por esse trecho todos os dias, e esses buracos já foram tapados, mas não sei se é por conta da chuva ou serviço mau feito, eles abrem novamente, às vezes em um local perto, às vezes no mesmo local, o problema é que junta ai vira um buraco maior”.
Esses buracos que Francisco se refere ficam na Rua Dr. Mario Gonçalves, 129 no Bairro Chácara Cachoeira em frente ao Ondara Buffet, o moto entregador diz ainda que esses buracos podem ser consequência de moradores que esvaziam suas piscinas jogando a água na rua. “Aqui tem muita casa com piscinas e as pessoas jogam a água na rua quando vão limpar, ai junta com o trabalho do asfalto que não é dos melhores, e fica aí um buraco que nunca é tapado.”
Nossa equipe reparou que alguns moradores aproveitam os buracos para protestar contra o Prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP), colocando muitas vezes placas, faixas e até sofás na tentativa de sinalizar e chamar a atenção para à problemática.
O problema dos buracos de Campo Grande não é mais novidade, o site MS Notícias tem recebido diversas denúncias de aumento de buracos, e algumas ruas como, por exemplo, a Albet Sabin que já contabilizam 164 buracos sendo que antes do serviço de tapa-buraco ser feito o número era de 145, ou seja, com o aumento das chuvas o problema se agravou.
A redação entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para esclarecer o motivo do aumento de quantidade e proporção dos buracos, mas até o fechamento da matéria não tivemos retorno.
Buracos
O prefeito Alcides Bernal retornou ao cargo em agosto deste de 2015, segundo Bernal, ele encontrou a prefeitura de Campo Grande “falida” e resolveu cortar alguns gastos que não seriam essenciais, e o tapa- buracos entraram na lista e foram suspensos temporariamente. O MPE (Ministério Publico Estadual) recomendou que os serviços prestados por operadoras ligadas ao empresário investigado João Amorim tivessem os contratos suspensos.
Bernal então lançou a “Operação Tapa-Buracos” com o propósito de sanar com o problema. Para essa operação o valor a ser pago para as empreiteiras seria de aproximadamente R$ 6 milhões.
Resposta da Prefeitura quanto às ruas citadas na matéria:
"As respectivas ruas estão na programação e a recuperação asfáltica funciona de forma rotativa. O trabalho é programado e divulgado diariamente, pois leva em conta o serviço executado ou não executado no dia anterior. Algumas vezes a rua é feita conforme o programado, outras vezes isto não ocorre por fatores variados, como grande extensão, muitos buracos, chuva, etc, quando isto acontece, a rua passa para a programação no dia seguinte. Caso as equipes terminem as ruas programadas e ainda têm massa asfáltica, elas fazem outra que não estava na programação para não haver desperdício de material."