07 de setembro de 2024
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TSE desiste de enviar observadores para eleição da Venezuela

Decisão aconteceu após falas problemáticas de Nicolás Maduro

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quarta-feira (24) não enviar observadores para acompanhar a eleição presidencial da Venezuela, agendada para o fim de semana. A decisão foi motivada pelas acusações infundadas feitas pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro contra o sistema eleitoral brasileiro, no qual ele próprio é candidato à reeleição.

Em nota oficial, o TSE declarou: "Em razão de declarações falsas contra as urnas eletrônicas brasileiras, que são auditáveis e seguras, ao contrário do que afirmam autoridades venezuelanas, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender ao convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo."

Inicialmente programado para enviar observadores, o tribunal revogou a decisão anterior. A não participação dos técnicos brasileiros reflete a posição do tribunal de não se envolver, nem mesmo como observador, no processo eleitoral venezuelano.

Nicolás Maduro, sucessor político de Hugo Chávez, foi eleito presidente da Venezuela em duas ocasiões: em 2013, após a morte de Chávez, e em 2019. No entanto, tanto a oposição local quanto entidades internacionais criticaram ambas as eleições por falta de transparência e desrespeito aos princípios democráticos.

O pleito deste ano é amplamente questionado por possíveis repetições dos problemas anteriores. Maduro, que exerce controle sobre a comissão eleitoral, impediu a participação de duas adversárias sob justificativas controversas. Além disso, opositores denunciaram intimidações durante a campanha e manipulação na mídia.

Recentemente, Maduro intensificou suas críticas, incluindo ataques ao Brasil. Na semana passada, ele fez uma ameaça de "banho de sangue" caso não ganhe a eleição, o que gerou preocupação, inclusive entre líderes políticos internacionais como o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que se disse "assustado" com a declaração.

Em resposta, Maduro, sem mencionar Lula diretamente, sugeriu que os assustados deveriam tomar chá de camomila. Posteriormente, ele continuou seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.

O TSE reiterou a segurança das urnas eletrônicas brasileiras, destacando que são auditáveis e historicamente seguras. O tribunal enfatizou que o voto no Brasil é garantido democraticamente por um processo transparente e de excelência comprovada, mantendo a confiança dos brasileiros no sistema adotado.

A comunidade internacional, incluindo a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE), frequentemente elogia o sistema eleitoral brasileiro por sua robustez e confiabilidade, em contraste com as críticas frequentes ao processo eleitoral venezuelano, acusado repetidamente de falta de transparência e práticas antidemocráticas.