22 de dezembro de 2024
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Afetado por protesto nacional boliviano, Corumbá sente falta da "moeda hermana"

Bloqueios impedem a passagem dos produtos de importação e ausência do poder de compra boliviano pesa negativamente

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Bolivianos manifestam em nível nacional, em repúdio à Lei 1.386 e outras regulamentações, que são consideradas violações dos direitos dos cidadãos. Com isso, a fronteira com o Brasil vai para seu quarto dia de interdição, com pelo menos três pontos de bloqueio. 

Regiões como Potosí, Cochabamba, Santa Cruz e mais, anunciaram marchas para esta 5ª feira (11.nov.2021), sendo que as greves começaram ainda na 2ª feira (08.nov). 

Essa lei (1.386), do Executivo Nacional, permite ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial. Junto de outras propostas, ela foi aprovada sem consenso ou socialização pelo Movimento ao Socialismo (MAS) na Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP), em Santa Cruz de La Sierra, segundo o site O Pantaneiro. 

Conforme apurou o Diário Corumbaense, a fronteira entre Puerto Quijarro e Puerto Suárez com Corumbá segue fechada e só pessoas a pé podem cruzar a ponte. São registrados três pontos de bloqueios, um na ponte que delimita o território entre Bolívia e Brasil, um em Puerto Suárez e logo mais à frente, na estrada Bioceânica, que interliga as duas nações via terrestre.

Esses bloqueios visam gerar impacto direto na economia para forçar o governo de Luís Arce (MAS) a tomar medidas que devem revisar a Lei 1386. Entretanto, do lado brasileiro, Corumbá é afetada diretamente com um prejuízo diário de R$300 mil no comércio, além das rotas de importação de fertilizantes e mineral bloqueadas.

Sem a movimentação de consumidores bolivianos em Corumbá, que preferem comprar no Brasil com o dólar alto e o real desvalorizado, os impactos variam entre 30% e 70%, segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACIC), André de Arruda Campos. 

"Quem sente mesmo a ausência dos bolivianos são os setores de hotelaria, restaurante e o comércio varejista (lojas da região central). Com isso, essa engrenagem acaba respingando em todo o comércio, pois eles consomem de tudo. O poder de moeda deles é de quase R$ 6,00... um poder de compra muito grande que varia desde alimentos, calçados. Impacta o comércio de forma geral”, disse André ao informativo da região.