A quantidade de incêndios no Pantanal em 2021 é a segunda maior desde 2012, atrás apenas do recorde registrado no ano passado. Entre janeiro e meados de outubro de 2021, foram 4.892 focos, contra 8.247 focos registrados no mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Nesta sexta, 12 de novembro é considerado o Dia do Pantanal. A data foi criada para homenagear o ambientalista Francisco Anselmo de Barros, morto em 2005 durante um protesto em defesa do bioma. Embora este seja apenas um dia do ano em que se chama a atenção para a necessidade de conservação do Pantanal, diversas organizações trabalham diariamente em sua defesa, buscando mostrar suas belezas, aumentar o conhecimento da população sobre seu território e garantir a conservação da sua fauna e flora.
Uma dessas iniciativas é o Documenta Pantanal. Criado em maio de 2019, ele funciona como uma rede que integra dezenas de pessoas, organizações e empresas que atuam em prol do Pantanal, apoiando a produção de filmes e documentários, livros, web-séries e campanhas que ajudam a aumentar a consciência da importância da conservação do bioma para as pessoas.
Tudo começou com a produção do documentário: "Ruivaldo, O Homem que Salvou a Terra", de Jorge Bodanzky e João Farkas, que apresenta a luta de um produtor pantaneiro para enfrentar a inundação de suas terras pelo transbordamento do rio Taquari, causado pelas erosões e voçorocas que existem na região. O impacto causado pelo filme gerou aos envolvidos a vontade de seguir no caminho de documentar e mostrar o Pantanal para mais pessoas. "O Pantanal tem muitas belezas naturais ainda desconhecidas da maioria das pessoas, e também algumas vulnerabilidades, que podem impactar negativamente a região. Queremos mostrar ao máximo essas belezas, para que as pessoas tomem consciência da importância de conservá-las", afirma Mônica Guimarães, coordenadora do Documenta Pantanal.
O trabalho se seguiu com a produção e apoio de livros como "Produção de Natureza", de Ignácio Jimenez Péres; "Pantanal", de João Farkas; "Pantanal: Serra do Amolar", de Araquém Alcântara; "Cozinha Pantaneira", de Paulo Machado e o recente "Terra D'Água Pantanal", de Luciano Candisani, lançado em setembro, e de filmes, como o curta-metragem "Finado Taquari" de Frico Guimarães, e "Jaguaretê-Avá: Pantanal em Chamas", de Lawrence Wahba, que estreia neste dia 12 de novembro, além de diversas exposições e a produção de conteúdo, como a websérie Aulas Pantaneiras, com outro dos coordenadores do Documenta Pantanal, o professor Sandro Menezes.
Para contribuir com a maior conscientização da população sobre os riscos do fogo para o bioma, o Documenta Pantanal criou a campanha #NaoPonhaFogoNoPantanal. O lançamento aconteceu em 25 de outubro, com uma live que reuniu especialistas e integrantes de organizações que estão contribuindo para a prevenção e o combate aos incêndios na região, como o Cel. Angelo Rabelo, do Instituto Homem Pantaneiro, Leonardo Gomes, da SOS Pantanal e Sandro Menezes Silva, do Documenta Pantanal. O debate foi mediado pela jornalista Paulina Chamorro.
"Queremos levar a mais pessoas a reflexão sobre a prática do fogo na região, para que aumente a conscientização sobre os riscos dos incêndios e possamos ter mais ações de prevenção, como temos visto neste ano", afirmou Mônica Guimarães, coordenadora do Documenta Pantanal. Por meio de uma campanha junto a artistas, o Documenta Pantanal direcionou R$ 2 milhões para ajudar a SOS Pantanal na formação de brigadas de combate a incêndios.
A campanha #NaoPonhaFogoNoPantanal conta com o engajamento de personalidades, que vestem uma camiseta produzida para espalhar esta mensagem. As camisetas são vendidas, e os recursos arrecadados serão divididos entre a Brigada do Alto Pantanal e a SOS Pantanal.
Além do debate entre os especialistas durante a live de lançamento, o Documenta Pantanal também promoveu três novas edições da série Aulas Pantaneiras, com o professor Sandro Menezes, biólogo e um dos coordenadores do Documenta Pantanal. As Aulas Pantaneiras são uma série de vídeos curtos e acessíveis, veiculadas nos perfis do Instagram, YouTube e site do Documenta e que abordam diferentes aspectos do bioma.
Veja abaixo a live de lançamento da campanha #NaoPonhaFogoNoPantanal: