Nesta 6ª feira (29.jan.2021) vários funcionários do Banco do Brasil paralisaram suas atividades nacionalmente, em manifesto contra o pacote de reestruturação que a direção do banco pretende aplicar, que prevê o fechamento de centenas de agências, postos de atendimento e escritórios em todo o país. Na Capital a paralisação está prevista para ocorrer por vinte e quatro horas.
Segundo informações, dentro do plano de reestruturação consta a demissão de 5 mil funcionários e a extinção do caixa, que também representa o desmonte do banco público, prejudicando ainda mais o atendimento à população. Os números da instituição detalham que, mesmo em ano pandêmico, o BB lucrou R $10,189 bilhões nos primeiros nove meses de 2020. No 3º trimestre de 2020 (de julho a setembro), o rendimento foi de R $3,482 bilhões, com crescimento de 5,2% em relação ao 2º trimestre do mesmo ano.
Dados estimam que as mudanças previstas podem atingir 690 bancários, em Campo Grande e no interior do estado de Mato Grosso do Sul. Com cerca de 60 unidades do Banco do Brasil, segundo fontes da base do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e região, a conclusão do plano acarretará no fechamento de, pelo menos, três agências, com outras três sendo transformadas em postos de atendimento.
Neide Rodrigues é presidente do Sindicato e explica que os desfalques já prejudicam as agências, sobrecarregando bancários, que gera um serviço precário à população, ressaltando que o atendimento ao cliente será o mais prejudicado nessa situação.
"O banco vem com essa proposta de reestruturação, piorando o atendimento para clientes e nem um pouco preocupado com a população, que já tem que enfrentar filas enormes todos os dias. Nossa luta também é pela manutenção do emprego desses trabalhadores, principalmente durante a pandemia, que é um momento difícil para todos”, manifesta Neide.
Números revelam que cerca de 17,7% dos municípios brasileiros contam apenas com agências de bancos públicos. O Banco do Brasil é o responsável por mais da metade (55%) de todo o crédito rural nacional. Esse percentual é ainda maior, chegando a 93% no Norte do país e a quase 80% no Nordeste e Centro-Oeste.
Neide finaliza com uma declaração em defesa à instituição, classificada por ela como forte, lucrativa e de todos os brasileiros. “Não há motivo para essa reestruturação, demitir 5 mil bancários e fechar agências. São ações que não vão contribuir com o crescimento do país, muito pelo contrário, vão gerar ainda mais desemprego, péssimo atendimento, porque não tem funcionário suficiente para atender o público, e municípios pequenos vão ficar sem o banco", disse. (com assessoria)