A data de 13 de dezembro é lembrada pelo Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual e foi criada com o intuito de consolidar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que visa a igualdade e solidariedade para todos os cidadãos. Entretanto, outro alerta se faz importante: o diagnóstico precoce das doenças de retina para possibilitar tratamento adequado, aumentando as chances de preservar a visão das pessoas acometidas por enfermidades oculares. As Doenças Hereditárias da Retina (DHRs), por exemplo, provocam a degeneração das células da retina, causando a perda visual progressiva. No Brasil, as DHRs são a segunda causa de baixa visão em crianças até 15 anos de idade.
A perda de visão decorrente da mutação em ambas as cópias do gene RPE65 é uma doença genética hereditária que afeta a retina causando cegueira noturna e perda de sensibilidade à várias situações de luminosidade. Pessoas nascidas com essa condição podem se deparar com o problema desde muito cedo, com a maioria dos pacientes evoluindo com perda visual e cegueira legal aos 18 anos de idade, progredindo para a cegueira total.
Entre alguns sinais das Distrofias Hereditárias da Retina estão cegueira noturna, perda de sensibilidade à luz, à perda do campo de visão periférico e à clareza visual, movimentos descontrolados dos olhos, entre outros. Para detectar essas doenças, os exames oculares são essenciais, como o Teste do Olhinho - realizado para identificar eventuais alterações que causem obstrução no eixo visual, e o Teste Genético - único capaz de confirmar o diagnóstico preciso das DHRs.
"Para mudar o percurso destas enfermidades, o diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que as células retinianas perdidas não podem ser recuperadas. A única chance dos pacientes é serem detectados enquanto ainda têm um número suficiente de células a serem preservadas por meio do tratamento com terapia gênica", esclarece o médico geneticista Roberto Giugliani, professor Titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Genética Médica.
Estar atento aos sinais iniciais de problemas na visão é o primeiro passo para um diagnóstico e tratamento adequados, e para que a população possa se beneficiar de todo esse avanço da ciência.