Segundo pesquisa Ibope/CNI divulgada hoje (1), apenas 12% dos entrevistados consideram o governo Dilma Rousseff “ótimo ou bom”, enquanto 23% consideram “regular” e 64% “ruim ou péssimo”. Juros e impostos têm as piores avaliações que mostra que a aprovação da política de juros do governo recuou de 25% para 7%, mesmo percentual que aprova a ação do governo na área tributária. Essas são as duas áreas com pior avaliação, com desaprovação de, respectivamente, 89% e 90% da população. A área com melhor avaliação é combate à fome e à pobreza, com 33% de aprovação, mas com 64% de desaprovação.
Esse é o pior índice das pesquisas divulgadas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), superando os índices para o mês de março obtidos em 1999, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso que obteve 22% de ótimo ou bom.
Pesquisa realizada em dezembro/2014 apontava que 40% consideravam o governo de Dilma Rousseff “ótimo ou bom”; 32% consideravam “regular” e 27% “ruim ou péssimo”. Renato Fonseca, gerente de pesquisa da CNI entende que as medidas econômicas tomadas no início do segundo mandato é um dos principais fatores para a queda de popularidade entre os eleitores da presidente.
Em dezembro de 2014, entre os eleitores de Dilma, 63% consideravam o governo ótimo ou bom. Entre os eleitores de Aécio Neves (PSDB), 12% avaliavam de forma positiva, contra 2% atuais.
“O que explica exatamente essa queda de popularidade são os eleitores da Dilma. O quadro atual, a intensificação da crise, inflação, desemprego aumentando e todas as medidas de ajuste fiscal geraram essa insatisfação”, explicou Renato Fonseca.
Governo e confiança
Pelo mesmo levantamento, 19% dos brasileiros aprovam o jeito Dilma de governar, o que também é uma queda de 33 pontos; preocupante para quem, em dezembro, mostrava aprovação de 52%.
Se a aprovação no governo caiu, levou junto consigo a confiança depositada em Dilma. Se em dezembro 51% confiavam na pessoa da presidente, agora a confiança é de apenas 24 dos entrevistados. Se em dezembro 24% não confiavam, hoje esse número sobe para 74%. A síndrome do segundo mandato também assombra o Planalto, pois os índices registram que 76% dos pesquisados acreditam que este segundo período de governo é pior do que o primeiro.
Sem refresco
Em todas as áreas avaliadas o percentual de desaprovação é superior a 60%., lideradas pelas questões econômicas. As políticas de juros e impostos são reprovadas por 89% e 90% da população, respectivamente. O combate à inflação, que tem pleno entendimento de todos os níveis sociais e econômicos (diferentemente das taxas de juros e impostos, cujas classes menos favorecidas pouco conseguem aquilatar) é reprovada por 84% e as ações na área de saúde por 85%. O refresco sem gelo vem das políticas de combate à fome e à pobreza que têm o maior índice de aprovação: 33%.
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O levantamento foi realizado entre os dias 21 e 25 deste mês, com 2.002 pessoas em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Agravante
Esta pesquisa conta com um agravante em relação à pesquisa Datafolha divulgada em 18 de março e realizada entre os dias 16 e 17 de março, que apontava a queda de popularidade da presidente que apontava, então, índices de 13% de ‘bom e ótimo”, contra 62% de “ruim e péssimo”.
O diferencial a pior é que a pesquisa Datafolha foi realizada ainda sob o clima das manifestações ocorridas em 15 de março, que movimentou milhões de pessoas por todo o país. Esta mostra uma realidade sem emoções, um corte cirúrgico na avaliação do governo.
Con informações do Relatório Ibope/CNI.