12 de setembro de 2024
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Porto Murtinho

Vereador machão que agrediu colega de saias pode ser cassado

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Com pendências e demandas judiciais que o colocam no alvo de nove processos só em Porto Murtinho, o vereador e radialista Edicarlos de Oliveira Lourenço (PSDB) protagoniza mais uma façanha negativa. Denunciado na Polícia por agressão a uma colega - a vereadora e professora Doni Santos (PT) - ele vai responder à acusação de quebra de decoro parlamentar e pode ter o seu mandato cassado.

Reeleito para seu terceiro mandato, Edicarlos se notabilizou na região fronteiriça por causa de seu destempero retórico, caracterizado por linguajar chulo e abordagens sensacionalistas que emprega tanto na tribuna da Câmara como em seus programas em emissoras de rádio do Brasil e do Paraguai. Esta semana, aparentemente descontrolado, ele teria se excedido ao discutir com Doni por causa de um bate-boca com a filha da vereadora, que em mídia social lamentou a reeleição de um machista e recebeu de volta ofensas de baixo calão e adjetivos infamantes.

Quando Doni e Edicarlos se encontraram no recinto da Câmara, discutiram em tom elevado e ela caiu, afirmando ter sido esmurrada, enquanto o vereador garante que apenas a afastou com as mãos para sair do local e isso teria provocado uma queda em sua desafeta. Doni fez o que era de seu direito: submeteu-se a exame de corpo de delito e registrou a ocorrência. Na quinta-feira, 24, cerca de 100 pessoas, mulheres em sua maioria, foram à Câmara solicitar as providências cabíveis, com a cassação do mandato de Edicarlos. A presidenta do Legislativo, vereadora Sirlei Pacheco (PSB), instalou a Comissão Processante, com três membros, um deles o vereador Carlos Heitor, que estava presente no dia do bate-boca e testemunhou a agressão.

Calúnia, ameaça, lesão corporal e danos morais são os processos que já tinham feito de Edicarlos um cliente de interpelações judicais. Basta consultar o portal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul na Internet e conferir as causas ajuizadas. Antes de ingressar no PSDB ele era filiado ao PR. É adversário e crítico feroz do PT e dos petistas, tendo entre seus alvos principais no município o prefeito Heitor Miranda dos Santos e a vereadora Doni, que nos dois primeiros anos de mandato chefiou a Secretaria de Educação.

Até o momento os diretórios estadual e municipal do PSDB não se haviam manifestado sobre o assunto. No entanto, já se sabe que o caso está sendo comunicado ao Diretório nacional com pedido de providências, além de constar da agenda das diversas organizações e entidades civis e governamentais que atuam nas áreas de direitos humanos e de combate à violência contra a mulher.