As populações de Corumbá e Ladário amanheceram com uma notícia que provocou ampla e profunda consternação: o padre Rosalino de Jesus Santos, de 34 anos, foi encontrado morto. A principal hipótrese é que tenha tirado a própria vida, enfocando-se com uma corda. Seu corpo estava na sede do Bispado, no centro de Corumbá.
Informou-se que desde a morte da mãe, havia três anos, havia entrado em depressão. Anteontem, dois dias antes de morrer, ele havia dado um sinal de sua melancolia ao escrever em mídia social o que poderia ser sua despedida: “noites traiçoeiras....até aqui não faltou em mim esforço, Dei o meu melhor,,,,mas tenho remado muito a favor de maré, e tenho permitido que a ela me leve.....momentos de revolver tudo, de tomar uma nova decisão...me ilumine senhor.... seu amor é e me basta me refaça, mas faça apenas humano....”.
Na adolescência e nos primeiros anos da juventude Rosalino não dava sinais de que optaria pela vida religiosa. Divertia-se como todos os de sua idade. Namorava, estudava, chegou a fazer um cursinho pré-vestibular e resolveu ingressar na Marinha. Mas ao frequentar a igreja católica travou amizades que o influenciaram a dedicar-se ao sacerdócio. Passou a trabalhar na paróquia e em 2006 iniciou os estudos no seminário em Campo Grande para ordenar-se padre, o que ocorreu em 2013, quando retornou a Corumbá.
Sua entrega ao apostolado foi intensa e produtiva. Ministro da eucaristia e depois pároco da comunidade de São Bartolomeu, na parte alta e priférica a cidade, mergulhou nas iniciativas solidárias e de caridade, com ênfase na atenção às crianças, idosos e aos doentes. E era um dos mais atuantes mobilizadores sociais em Corumbá e na vizinha cidade de Ladário, participando das campanhas pela cidadania e eventos promovidos pela paróquia. Os jovens o tinham na conta de verdadeiro líder.