Sessão extraordinária na Câmara Municipal de Dourados para eleger a Mesa Diretora foi adiada mais uma vez. Os nove vereadores da base aliada da prefeita Délia Razuk (PR) pediram para que substituam nomes de uma das chapas inscritas, com a negativa da presidente da Casa de Leis, Daniela Hall (PSD), os nove parlamentares abandonaram a sessão e pediram obstrução.
Na tarde de ontem, liminar de juiz determinou votação em plenário para mudar o Regimento Interno e permitir a substituição dos nomes das duas chapas. Por não terem o pedido atendido, os vereadores declararam que vão ficar em obstrução até que o recurso seja votado em plenário.
Na tarde de hoje está marcada votação do orçamento, em sessão ordinária, porém, de acordo com o deputado eleito Marçal Filho (PSDB) se os nove vereadores não comparecerem, não será possível votar a lei. “Não sei como eles vão fazer. Creio que vão continuar (em obstrução) e isso vai prejudicar o andamento da Câmara. A Câmara pode entrar com ação, mas sabe se lá o que vão decidir”, disse Marçal.
Os vereadores da base aliada de Délia são: Jânio Miguel (PR), Júnior Rodrigues (PR),Alberto Alves dos Santos (PR), o Bebeto, Cido Medeiros (DEM), Romualdo Ramin (PDT), Carlito do Gás (Patriota), Silas Zanata (PPS), Juarez de Oliveira (MDB) e Maurício Lemes (PSB).
O prazo para registro de chapa era dia 5 de dezembro de 2018, o pedido dos vereadores é para que seja permitido a substituição do candidato a presidente da chapa “Legislativo Forte”, Pedro Pepa pelo vereador Bebeto e também a substituição de Jânio Miguel no lugar de Cirilo Ramão, preso na operação Cifra Negra.
Para a eleição da Mesa Diretora é necessário marcar sessão extraordinária. Até o momento a presidente do Legislativo ainda não informou nova data para eleição.
OPERAÇÃO CIFRA NEGRA
Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPMS), através da 16ª Promotoria de Justiça de Dourados, deflagraram no dia 5 de dezembro a Operação Cifra Negra, para o cumprimento de dez mandados de prisão e um mandado de busca e apreensão no município. Pelo menos três vereadores foram presos na ação: 1º Secretário da Mesa Diretora, Pedro Pepa (DEM), Idenor Machado (PSDB) e Cirilo Ramão (MDB).
De acordo com o MPMS, a operação foi originada como desdobramento de duas anteriores, sendo a Telhado de Vidro e Argonautas, e investiga os chamados crimes do colarinho branco, como fraude em licitação e corrupção passiva e ativa.
Ainda segundo o Ministério Público, há fortes indícios de que os crimes estariam ocorrendo na Câmara Municipal de Dourados há pelo menos oito anos.