26 de dezembro de 2024
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ECLIPSE ANULAR

Perigo! Não olhe para o Sol nesta tarde em Mato Grosso do Sul

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Neste sábado (14.out.23), ocorre um eclipse anular do Sol. Não olhe para o céu, na direção do Sol, sem o uso de óculos especiais entre 14h25 e término às 16h51. Caso o faça, pode ficar completamente cego. 

Na capital sul-mato-grossense o fenômeno acontecerá por um período de 2h26 minutos.

Para auxiliar as pessoas na visualização segura do fenômeno, o Clube de Astronomia Carl Sagan, da Universidade Federal (UFMS), fará uma observação conjunta no Museu das Culturas Dom Bosco, dentro do Parque das Nações Indígenas, onde a oferecerá 50 óculos especiais gratuitos para garantir a segurança ocular. Os equipamentos serão entregues até se esgotar. "O clube disponibilizará cerca de 50 óculos aos participantes. Após a finalização do evento astronômico, o convite é estendido para aqueles que desejam permanecer e continuar a observação do céu noturno utilizando telescópios", disse o Clube.  

Atividade gratuita para observação do eclipse solar anular. Foto: ReproduçãoAtividade gratuita para observação do eclipse solar anular. Foto: Reprodução

“É importante que as pessoas não observem a olho nu, pois é preciso um instrumento apropriado para isso, devido ao risco de queimadura na retina. A potência irradiada pelo sol é muito alta, mesmo numa situação de eclipse, e isso pode gerar algum dano na retina. O ideal é a gente usar o que a gente chama de óculos de soldador, com um filtro número 14. E durante essa observação é recomendado que a visualização seja de apenas 15 segundos, parar 3 minutos e voltar a visualizar por mais 15 segundos. Também não é orientado observar com outros objetos como “chapa” de raio-x, óculos ou outro material, que não os óculos apropriados”, alertou o professor do Instituto de Física, Hamilton Pavão.

'Venha observar o eclipse solar no MUSEU DAS CULTURAS DOM BOSCO (MCDB/UCDB) com o pessoal do Clube de Astronomia Carl Sagan (UFMS)'.

TRANSMISSÃO AO VIVO

O Observatório Nacional, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai transmitir o eclipse em evento virtual O Céu em sua Casa: Observação Remota, que é uma opção para que as pessoas acompanhem o fenômeno com segurança.

Atransmissão virtualterá início às 11h30 da manhã (horário de Brasília) quando o eclipse anular estiver começando na costa oeste dos Estados Unidos, e vai acompanhar todo seu percurso até que chegue ao seu final na costa leste do Brasil em torno das 17h30. Para saber onde o eclipse será visível, observatório indica uma página na internet.

“O eclipse anular ocorre quando a Lua, como vista a partir da Terra, parece menor que o Sol [no céu]. Assim, a Lua não cobre o disco solar totalmente, restando um anel luminoso no contorno da lua, daí a razão do nome 'eclipse anular'”, explicou o doutor em Astrofísica Leonardo Almeida, professor da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O fenômeno é diferente de um eclipse total, quando a lua cobre completamente o disco solar, deixando apenas a coroa solar visível. O Observatório Nacional aponta que o eclipse anular ocorre quando a lua está em seu apogeu, o ponto mais distante de sua órbita da Terra, e nesse momento a Lua aparece menor, o que permite que este anel seja visível no eclipse.

Almeida aponta que essa diferença se deve ao fato de que a órbita da lua ao redor da Terra não é circular, o que faz com que a distância entre ambas varie ao longo do período de translação da Lua.

TIPOS DE ECLIPSE

“Quando a Lua está mais próxima da Terra, temos um eclipse total; quando a Lua está mais distante, temos um eclipse anular. Nos dois casos, naturalmente, os discos lunar e solar têm de se sobrepor completamente, sem o que se tem um eclipse parcial”, disse o astrofísico. Há ainda o eclipse híbrido, que ocorre quando o eclipse anular muda para um eclipse total, ou vice-versa, ao longo do caminho do eclipse.

O especialista ressalta que o eclipse no formato anular não poderá ser visto de todo o país. “Apenas em alguns estados das regiões Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba) do Brasil o eclipse anular poderá ser visto. Nos demais estados do país, o eclipse será parcial. Isso ocorre porque a visibilidade de um eclipse depende da posição do observador em relação à linha do eclipse”, disse o astrofísico.

O professor Tarciro Mendes, também da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN e doutor em Física, explica que é necessário que o observador esteja exatamente sobre a linha “riscada” pela umbra, que é a região onde a sombra da Lua sobre a Terra é a mais intensa. “Contornando a umbra temos a penumbra, onde os observadores sob ela podem observar um eclipse parcial. Fora da penumbra e da umbra, não é possível observar eclipse algum”, disse.

O físico explicou que, no Brasil, o eclipse começa a ser visto às 14h05 na cidade de Tefé (Amazonas) e acaba às 17h55 na cidade de João Pessoa (Paraíba), considerando o evento completo, tanto anular quanto parcial. “O Brasil é o país do mundo onde a anularidade - período de tempo em que a Lua permanece totalmente dentro do disco solar - terá a maior duração, 55 minutos e 30 segundos”, ressaltou.

Segundo o Observatório Nacional, a anularidade será visível, além do Brasil, nos Estados Unidos, México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia. Em outras partes das Américas - do Alasca à Argentina - um eclipse parcial será visível.

Mendes lembrou que o próximo eclipse anular ocorrerá em 2 de outubro de 2024, mas não poderá ser visto do Brasil, apenas no Chile e na Argentina. “No Brasil, apenas será observado um eclipse parcial nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e uma pequena parte do Nordeste, mais especificamente no sul da Bahia”, disse. Já o próximo eclipse anular a ser observado no Brasil ocorrerá em 26 de janeiro de 2028 e só poderá ser visto completamente nos estados do Amazonas, do Pará e do Amapá.

O último eclipse anular do Sol ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível do Brasil, segundo informações do Observatório Nacional.