A promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, tratou de acabar com as chances do policial rodoviário federal, Ricardo Hyun Su Moon de ser absolvido. Ele é acusado de assassinar o empresário Adriano Correia Nascimento, durante briga de trânsito, na manhã chuvosa de 31 de dezembro de 2016. Na ocasião, o empresário foi morto com sete tiros disparados por Moon, que em julgamento nessa tarde de quinta-feira (30/05/2019), disse ter disparado em legítima defesa, no entanto, um vídeo apresentado à defesa do ex-PRF foi ferramenta para qualificar a versão da defesa como: 'vergonhosa'.
Em sustentação oral nessa tarde, a promotoria exibiu o vídeo e apontou erros na versão dada pela defesa do policial. O vídeo em questão, circulou nas redes sociais, este desconstruía a imagem da vítima, o empresário Adriano Correia do Nascimento.
“Esse vídeo é vergonhoso (...) expor uma pessoa com inverdade não é correto”, disse a promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani. O vídeo foi divulgado pelo sindicato dos policiais rodoviários e mostra cinco pontos que seriam contraditórios na acusação contra Moon.
Durante a exibição do vídeo, a promotoria pausava a cada item para expor as contradições ao corpo de jurados, composto por cinco homens e duas mulheres. Entre os pontos, a tentativa de desqualificar a vítima, alegando que Adriano estava embriagado, ou mesmo que estaria usando medicamentos e que respondia processo por agressão contra uma funcionária.
“Adriano bebeu, mas só descobriram depois que ele morreu”, disse a promotora. Sobre os processos, um deles, de furto de energia, a promotoria disse que Adriano havia sido beneficiado com suspensão condicional processo, por ter bons antecedentes. Neste caso, obedece regras determinadas pela Justiça e, em caso de descumprimento, a ação volta a tramitar.
Já na acusação de agressão à funcionária, a promotora, revelou que a própria funcionária pediu desistência do processo. Em contraponto aos casos judiciais de Adriano, o vídeo divulgado traz as condecorações de Moon, a promotora rebateu lembrando o caso do assassinado da vereadora do PSOL-RJ , Marielle Franco e seu motorista Andersom Gomes. “Os que mataram a Marielle também tinham várias condecorações”, citou, lembrando o envolvimento de policiais na morte da vereadora.
A acusação também questionou a versão em que Moon alega ter tido pouco tempo entre a abordagem e a ação. Lívia Bariani disse que, somente a ligação dele à PM (Polícia Militar) durou sete minutos e na sequência desqualificou a "tese de legítima defesa". "Quem procura o perigo, não pode alegar legítima defesa", rebateu a magistrada.
DERRUBADAS
O assistente de acusação, Irajá Messias Pereira, disse que o Moon sofre de uma espécie de "síndrome de autoridade", e na ocasião a morte de Adriano foi facilitada pelo, "temperamento agressivo do réu".
Irajá ainda questionou a versão de Moon, em que disse que se não tivesse atirado teria sido atropelado. "Ele não teria condições de dar pulo para o lado e atirar, tudo ao mesmo tempo. Se isso ocorresse, teria que dar pulo grande para poder efetuar os disparos", completou.
Outro ponto levantado, trouxe a tona um prova que teria sido plantada no carro de Adriano. O caso de dois flambadores encontrados no veículo no dia do crime, a versão foi usada para sustentar o depoimento de Moon sobre, "ter visto algo", nas mão de Adriano, o que parecia ser uma arma. Essa versão também foi derrubada em julgamento nessa tarde.