O Ministério da Saúde divulgou nesta sexta-feira (2) que foram registrados pelo menos 7.286 casos de febre oropouche em 21 estados brasileiros. Até a semana passada, o número de estados afetados era 16.
Os casos estão concentrados principalmente no Amazonas, com 3.224 registros, em Rondônia, com 1.709, e na Bahia, com 831. Por outro lado, os estados com menor número de casos são Tocantins, Sergipe, São Paulo e Paraíba, com apenas 2, 2, 2 e 1 caso(s), respectivamente. Há também um óbito em investigação em Santa Catarina. Em 25 de julho, o Ministério confirmou as duas primeiras mortes pela doença no mundo, ambas na Bahia, envolvendo mulheres do interior com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas com sintomas semelhantes aos da dengue grave.
A febre oropouche é uma arbovirose com sintomas semelhantes aos da dengue, chikungunya e algumas formas de zika, incluindo dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. A doença é transmitida principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Para melhor compreender o mosquito transmissor e o comportamento do vírus, o Ministério da Saúde formou três grupos de pesquisa. Além disso, o ministério está acompanhando estudos científicos em andamento e monitorando casos e possíveis óbitos por meio da Sala Nacional de Arboviroses.
Quanto à transmissão vertical da febre oropouche, o ministério investiga nove casos: cinco em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Desses, cinco resultaram em óbito fetal e quatro apresentaram anomalias congênitas, como microcefalia. As investigações visam entender a possível relação entre a febre oropouche e as malformações ou abortamentos.
No mês passado, o ministério alertou sobre a confirmação da transmissão vertical do vírus pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), que identificou o vírus em um caso de morte fetal e a presença de anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos.
Para evitar a febre oropouche, o Ministério da Saúde recomenda que a população mantenha os quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico. Também é aconselhável o uso de roupas compridas, sapatos fechados e repelentes em locais com muitos insetos.