23 de novembro de 2024
Campo Grande 30ºC

MUTAÇÃO

Nova cepa do vírus se alastra e pode tomar o país em um mês

Pesquisa do plasma de cavalo, feito pela UFRJ, aguarda aval da Anvisa

A- A+

A nova cepa (mutação) da Sars-Cov-2 surgida em Manaus é mais transmissível, pode ser o tipo dominante em todo o país, alerta o infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz-AM. 

Lacerda alertou que a capital amazonense (Manaus) viveu, com o surgimento da nova cepa e sua rápida expansão, uma “segunda primeira onda”, que levou ao colapso o sistema de saúde local.

Em entrevista, o médico e ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta previu uma “megaepidemia” em 60 dias com a expansão da variante.

“Recém-nomeado assessor especial do Ministério da Saúde, o general da reserva Ridauto Fernandes disse nesta quinta que Manaus tem quase 600 pacientes de Covid-19 na fila de atendimento e que, caso evoluam para quadros graves, ‘vão morrer na rua’. Fernandes enfatiza que o gargalo está na falta de oxigênio.”, alertou ao Painel da Folha. 

O Brasil teve o terceiro maior número de mortos em 24 horas desde o início da pandemia, nesta noite de 5ª-feira (28.jan.21) registrou 1.439 mortes. Os recordes anteriores foram em 29 de julho (1.554) e 4 de junho (1.470).

O país também foi apontado por um estudo elaborado na Austrália como o pior país na gestão da pandemia, entre 98 nações pesquisadas. A Nova Zelândia foi a melhor.

Nesta 6ª-feira (29.jan), pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aguardam aval da Anvisa para testar em humanos um soro contra a Covid-19 produzido a partir de plasma de cavalos. Se tudo der certo, o remédio pode chegar aos pacientes até a metade do ano.

Depois da má repercussão da ameaça de exportar 54 milhões de doses da CoronaVac caso o Ministério da Saúde não antecipasse a compra, o Instituto Butantan mudou o discurso. Segundo Dimas Covas, diretor da instituição, o lote está “reservado para o Brasil” e poderá ser negociado diretamente com estados e municípios, caso o Ministério da Saúde não confirme logo a compra.

O ministério também respondeu à consulta do governo de São Paulo sobre o adiamento da segunda dose das vacinas. Segundo a pasta, os estados devem dar a segunda dose ao grupo prioritário.