26 de dezembro de 2024
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"Quadrilha do chapéu"

Integrante da "quadrilha do chapéu" trocou de cela para poder escapar da Máxima

Antônio continua foragido. Dois assaltantes morreram em confronto com a polícia, um foi preso em casa

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Apontado como mentor aos roubos atribuídos a "quadrilha do chapéu", Antônio Júlio da Silva, conhecido como Andorinha ou Velho do PCC, trocou de cela com outro interno para conseguir fugir do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, em setembro deste ano.

 

A fuga do presídio aconteceu no dia 23 de setembro e foi descoberto através do sistema de monitoramento da penitenciária. Segundo o registro policial feito na época, os agentes penitenciários viram pelas câmeras cinco internos, que estavam já no trecho entre a cozinha e o pavilhão B, carregando uma escada artesanal em direção a muralha.

O alarme foi acionado, mas ainda assim três dos suspeitos conseguiram fugir. Outros dois foram recapturados. Em vistoria as celas, os agentes descobriram que os foragidos estavam na cela 113 do pavilhão B. Para isso abriram um buraco no forro e nas tetas e fizeram uma escada artesanal.

No dia seguinte, os servidores perceberam que um dos suspeitos não parecia o mesmo que estava na cela e resolveram conferir todos os internos do pavilhão. Na cela 101 encontraram Sergio Gonçalves da Rocha, um dos nomes da lista de foragidos. Ele ainda tentou se esconder, mas acabou confessando a troca.

Na delegacia, Sergio contou que no domingo, dia 22, foi convidado para ir até a cela de Andorinha “comer carne e tomar umas”. Lá recebeu a proposta de mudar de cela. Ele então ficou na 101 e Antônio assumiu seu lugar na 113. Em depoimento nego saber da fuga e garantiu que não teria aceita a mudança se soubesse.

Menos de dois meses depois da fuga, Antônio foi identificado como um dos assaltantes responsáveis por uma séria de roubos a comércios de Campo Grande. As investigações contra a “quadrilha do chapéu” terminaram na morte de dois bandidos durante confronto com policiais do Batalhão de Choque, na madrugada de domingo, 11 de novembro.

 
Armas e munições encontradas usadas pelos assaltantes do chapéu, que foram apreendidas (Foto: Divulgação/Batalhão de Choque)
Armas e munições encontradas usadas pelos assaltantes do chapéu, que foram apreendidas (Foto: Divulgação/Batalhão de Choque)

Entenda – Em buscas pelos bandidos, policiais do Choque encontraram um Volkswagen Polo preto, com as mesmas características do visto por testemunha em um dos locais do crime, transitando no macroanel, na saída de Sidrolândia.

Os militares deram ordem de parada ao veículo, mas o motorista fugiu. Pouco tempo depois, perdeu o controle da direção e colidiu no meio-fio da rodovia, na altura do quilômetro 352. Dois homens desceram, segundo a polícia, já atirando em direção aos policiais. Na troca de tiros, eles foram atingidos e morreram na Santa Casa.

Os homens foram identificados como sendo Valdecir Valchak, 31 anos, e Guilermando César Pereira de Almeida, 24 anos.

No carro, foram encontradas uma submetralhadora UZI, uma pistola 7.65, colete à prova de balas, carregadores, munições, um chapéu de palha e dois bonés, além de uma papel com dois endereços, um deles da casa de Antônio. Ele não estava no local e continua foragido.

No segundo endereço, no bairro Novos Estados, foi preso o terceiro envolvido, Vagner Torrico Ramos, que seria responsável por guardar as armas. Ainda conforme as investigações, todos os crimes eram ordenados de dentro do presídio, por um integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital). O nome dele não foi revelado e o caso segue em investigação.