23 de novembro de 2024
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1ª audiência

Em 1ª audiência, testemunhas de acusação são ouvidas sobre assassinato de agiota

Sobrinho é acusado de matar o tio a tiros em Campo Grande

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Nesta segunda-feira (28) quatro testemunhas de acusação foram ouvidas sobre o assassinato do agiota Oswaldo Foglia Júnior, 43 anos. Ele foi morto a tiros no dia 16 de julho deste ano, no Jardim São Lourenço, em Campo Grande. O acusado pelo crime é o sobrinho dele, Miguel Arcanjo Camilo Junior, e o motivo seria um desentendimento por uma cobrança.

A 1ª audiência de instrução e julgamento aconteceu no início desta tarde, na 2ª Vara do Tribunal do Júri e foi presidida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. Entre as testemunhas de acusação estão familiares, como a esposa de Oswaldo.

Duas testemunhas faltaram e como a acusação não abre mão delas, uma nova audiência foi marcada para o dia 16 de dezembro, quando também serão ouvidas oito testemunhas arroladas pela defesa de Miguel Arcanjo. Caso nenhuma testemunha falte, neste mesmo dia será realizado o interrogatório do réu, que está preso.

O assassinato

O assassinato ocorreu no dia 16 de julho no Jardim São Lourenço, em Campo Grande. No momento do assassinato, Oswaldo foi até a conveniência e teria dito ao sobrinho que estava com um facão no carro e que iria matá-lo. Momento em que, armado com uma pistola, o autor atirou contra o agiota que morreu no local. Em seguida, o sobrinho fugiu em um Camaro amarelo que foi encontrado abandonado na manhã seguinte, no bairro Cristo Redentor.

Fuga

 

O sogro e o cunhado de Miguel Arcanjo foram indiciados pelo crime de favorecimento pessoal, por ajudarem o rapaz fugir após matar o agiota Oswaldo Foglia. As investigações apontaram vestígios dos dois dentro do Camaro. Eles se encontraram e forneceram uma Pajero para que Miguel continuasse a fuga. Depois, cunhado e sogro abandonaram o Camaro em uma residência do bairro Cristo Redentor.

Miguel foi preso no dia 22 de julho e depois de ouvido pela polícia, foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e por recurso que dificultou defesa da vítima.

Motivação

Foto: Divulgação / Reprodução.

Oswaldo foi morto depois de exigir honorários de uma cobrança que fez, mas que não recebeu. O suspeito, Miguel é um empresário do ramo de frios e tem duas lojas na cidade. Um dos fornecedores de Miguel sabia que o tio dele, Oswaldo, estava envolvido com agiotagem e decidiu contratá-lo para fazer uma cobrança. Oswaldo seria o responsável por fazer a cobrança para este fornecedor.

“Essa cobrança extrapolou o que foi combinado, não chegou a haver pagamento [por parte] do credor, e o contratado [Oswaldo] foi afastado. Romperam este contrato de cobrança. No entanto, a vítima [Oswaldo] acabou se insurgindo porque alegava que tinha direito de receber pelo serviço prestado, e o Miguel tentou intermediar esse pagamento, assumindo uma espécie calção”, explicou o delegado Thiago.

Oswaldo imaginava que os demais haviam recebido e o deixado sem nenhuma compensação, motivo pelo qual passou a pressionar o sobrinho. Miguel teria entregado alguns cheques ao tio como forma de garantia, mas tais cheques não foram pagos. “Houve um imbróglio financeiro entre as partes e a vítima se voltou contra essas partes na cobrança. Então, esse impasse financeiro foi o que motivou a ação do autor [Miguel]. Ele foi cobrado e acabou se sentindo pressionado e matou o tio”, pontuou.