Doriva Soares Guajajara, morador de área indígena Arariboia, de 28 anos, conhecido como ‘Cabeludo’ foi assassinado no Maranhão, junto com Roberto Nascimento Silva, de 31 anos, conhecido como ‘Crioulo’, esse não indígena, mas também foi executado. As mortes foram confirmadas hoje (13), pela De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Conforme a Polícia Civil maranhense, o crime aconteceu na Vila Industrial, na cidade de Amarante (MA). O estranho caso, está relacionado a outras três execuções de indígenas da mesma etnia [guajajara] que aconteceram na região.
Policiais civis estão na região onde houve as mortes para fazer uma perícia. Ainda não há mais detalhes sobre as circunstâncias da morte.
Ataques a índios guajajara na área levaram a Funai a pedir ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorização para o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Pública à região. O ministro autorizou o envio da força para a terra Cana Brava, por 90 dias, e não para a Arariboia, onde são mais comuns as ofensivas de madeireiros ilegais e os conflitos entre indígenas e não indígenas.
A Funai divulgou uma nota sobre a morte do indígena e descartou a possibilidade de o assassinato ter sido motivado por crime de ódio, disputa por madeira ou por terras, segundo O Globo. A fundação, no entanto, não divulgou as circunstâncias das mortes. O órgão disse que estar à disposição para contribuir nas investigações. Fotos que circularam em grupos de WhatsApp mostram dois corpos em uma área de gramado com ferimentos compatíveis com golpes de facão.
Os assassinatos de indígenas nos últimos dois meses começaram em novembro, quando Paulo Paulino Guajajara foi morto a tiros enquanto caçava. Ele era integrante de um grupo de indígenas conhecido como “guardiões da floresta”, que tentava impedir a invasão de terras indígenas por madeireiros.
No último sábado, outros dois índios da etnia guajajara foram mortos em um atentado no município de Jenipapo dos Vieiras (MA). Outros quatro índios ficaram feridos. Foi depois dessas mortes que Moro autorizou o envio da Força Nacional à região.
NOTA DA FUNAI
A Funai lamenta a morte do indígena Dorivan Soares Guajajara, residente na TI Arariboia, e mais conhecido como Cabeludo. Ele estava em companhia do não indígena Roberto do Nascimento Silva, o Crioulo, vítimas de um brutal assassinato.
A Funai acompanha o caso junto às instituições de Segurança Pública, garantindo que as investigações respeitem toda a legislação alusiva aos povos indígenas.
Segundo a polícia, o caso ocorreu na Vila Industrial do município de Amarante, Maranhão, e estão descartadas todas motivações de crime de ódio, disputa por madeira ou por terras.
A Funai coloca-se à disposição para contribuir com o que estiver no limite de suas atribuições e aguarda mais detalhes do caso conforme a evolução do trabalho dos órgãos competentes pela investigação.
GUARDIÕES DA FLORESTA
O assassinato brutal do líder indígena Paulo Paulino Guajajara em uma emboscada de fazendeiros na região de Bom Jesus das Selvas (MA), na sexta-feira (29), lançou luz sobre a segurança e a atuação dos povos indígenas em defesa de terras disputadas com madeireiros ilegais. O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), criou uma força-tarefa para proteger os indígenas do estado e a Polícia Federal (PF) anunciou no sábado (30) que investigaria o assassinato.
Paulo Guajajara integrava o grupo Guardiões da Floresta, que reunia vigilantes guajajara armados dedicados ao monitoramento do desmatamento e das invasões nas terras indígenas do estado. A "Reuters" esteve, no fim de setembro, no Território Indígena Araribóia para acompanhar o trabalho dos guardiões, e esteve com outro coordenador do grupo, Laércio Guajajara, que foi ferido na emboscada.
*Com informações do O Globo.