24 de novembro de 2024
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CULTURA

1ª Mostra de Teatro Anderson Bosh, valoriza premiado artista campo-grandense

Com início na sexta-feira (1º) Mostra segue até o mês dezembro, com várias apresentações na Capital e interior de MS

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Após 28 anos de carreira o campo-grandense, Anderson Bosh, aos 47 anos de idade, que atua também em São Paulo e Goiás, promove a partir dessa sexta-feira (1º de novembro) a 1ª Mostra de Teatro Anderson Bosh, que deve percorrer os meses de novembro, dezembro e janeiro, com várias apresentações de seus trabalhos, onde desempenha funções como diretor, ator, maquiador, cenógrafo e figurinista. Além disso, em conversa com MS Notícias, o artista revelou que se considera a Drag Queen mais ‘antiga’ em exercício na Capital. 

Ao apresentar seu currículo, muitos questionam de onde vem a versatilidade, diz Bosh. Para ilustrar isso a 1ª Mostra de Teatro onde reúne suas principais obras nos 28 anos de carreira, pretende estar presente tanto em Campo Grande, como no Festival América do Sul, que acontece De 14 e 17 de novembro, em Corumbá. Segundo Bosh, seu trânsito pelas várias linguagens artísticas, se dá pela longa formação artística e cultural.

Campo-grandense, ainda antes da divisão do Mato Grosso, explicou que vive apenas da arte e que tudo começou ainda quando criança. “Iniciei minha trajetória nas artes ainda criança, no ginasial [ensino fundamental], na dança, e dali fui convidado para substituir um ator mirim no teatro e nunca mais saí”, detalhou. 

Após concluir sua graduação em Educação Artística e Artes Plásticas, buscou complementação em Artes Visuais na UFMS e complementação curricular em Direção Teatral na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois, veio a complementação em Direção Teatral no Colégio de Artes de Laranjeiras – CAL; RJ, emplacou ainda uma especialização em Circo, na Escola Nacional de Circo – RJ. Mais tarde, especializou-se também em cinema, agora na Faculdade Cambury, quando se relacionou com Goiás pela primeira vez. Segundo Bosh, local onde também iniciou o mestrado em teatro. Bosh terá longa agenda de apresentações nos próximos meses. Uma das figuras mais requisitadas pelos produtores culturais de MS.

OBRAS PREMIADAS

Anderson Bosh em "Uma moça da cidade". . Foto: Laila Pulchério.  

Com escrita peculiar, na dramaturgia Anderson ocupa lugar privilegiado. As obras “Uma Moça da Cidade”, “Pelega e Porca Prenha na mata do pequi”, premiados e realizados em várias temporadas e histórico de circulações nacionais através de mecanismos como os Prêmios Funarte EnCena Brasil; Prêmio Funarte Petrobrás de Circulação de Espetáculos, e, uma dezena de aprovações em leis de incentivo à cultura e festivais, foram as vitrines para o universo nacional dos espetáculos. “Realizamos com eles nossas primeiras temporadas nacionais em MS, MT, GO e RJ. No ano passado, “Uma Moça da Cidade” perfez três meses de temporada na capital paulistana a convite da Secretária de Cultura de SP”, comemorou.

ARTES PLÁSTICAS E A CENSURA

Instalações - Foto: Larissa Pulchério.  

Apesar de ocupar tantos espaços, o artista campo-grandense também demostrou sua marca no ambiente as artes visuais, na ocasião diz ter se calado após ter obras censuradas na Capital. “Dediquei-me aos objetos, instalações e performance prioritariamente, com os quais participei de algumas exposições coletivas e fui selecionado para o extinto Salão Sul-mato-grossense de Artes Visuais, no entanto realizei algumas exposições de acrílico sobre tela no extinto centro cultural do Banco do Brasil de Campo Grande, onde teve obra censurada pois retratava a sexualidade humana e suas vertentes, parte da minha pesquisa de carreira sobre arte drag. Desde então calei-me para as artes visuais publicando sazonal e esporadicamente alguns desenhos da coleção “Demiurgia” em plataformas digitais”, disse Bosh.

No cenário carnavalesco de Campo Grande, ocupou lugares que foram de figurinista até curador. 

Mas nas noites, em baladas descobriu o que viria a ser uma das suas maiores paixões no seguimento artístico. “Atuo como Dj Drag Queen e Night Performer. Foi na arte drag que descobri a vocação para as artes cênicas e iniciei a pesquisa do que até hoje tem se consubstanciado a matéria prima de todas as minhas criações em arte, desde seu conteúdo até suas tecnologias”.

Anderson também se considera a drag mais antiga em exercício em Campo Grande, segundo ele, atuado os completos 28 anos de carreira. “Minha pesquisa sobre a arte drag, que propõe conteúdo e tecnologias para o fazer das práticas cênicas através da “Teoria do Teatro Errado” é objeto de pesquisa do meu mestrado e tecnologia de todas as minhas montagens cênicas”, disse.

Participante efetivo de coletivos e fóruns de ação para políticas públicas culturais para o teatro, circo, dança, artes visuais e literárias. Um marchador. Visivelmente embebido pelo seu fazer artístico com múltiplas possibilidades, ele explicou também que a realização da 1ª Mostra de Teatro Anderson Bosh, é um presente a si pela sua dedicação. “Um carinho, de amigos e um elogio para que eu continue fazendo”, finalizou.

CRONOGRAMA COMPLETO DA MOSTRA

De 01 a 03 de novembro

"Poesias do Ar Cênico" -  Foto: Larissa Pulchério

“Poesias do Ar Cênico” - autoria, direção e encenação e direção de arte-figurinos, maquiagem, cenário, uma produção conjunta dos coletivos Grupo UBU e Circo do Mato, na temporada de espetáculos do aniversário de 15 anos do Circo do Mato.

O Cenário desse espetáculo é uma instalação de artes visuais de Bosh, que ambienta a encenação do espetáculo, mas pode ser apreciada separadamente como instalação. Nome da instalação: “O Pulso pra pulsar em mim é preciso buscar na lembrança meus tempos de criança, minha insanidade verdadeira, ali ele pulsa e vive” da série de instalações “O verde de dentro de cada um no marrom das coisas”. 

Local: teatro de bolso do Circo do Mato

Horário: 20h

Valor: R$40,00

 

De 06 a 17 de novembro

"Do Bem Amado"  -  Foto: vaca azul - Cartaz - Vini Ferreira. 

“Do Bem Amado”, Anderson Bosh assina direção, encenação, direção de arte-maquiagem, uma produção com o Grupo Teatral Fulano di Tal.

Obra de Dias Gomes (1922-1999), que contribuiu com o clássico em 62, mas que só pode se tornar acessível ao público em 70. Atualíssima, a obra retrata os percalços da política ainda àquela época, protagonizada pelo político Odorico Paraguaçu, que comanda a cidade de Sucupira. 

Local: Átrio do SESC Cultura MS

Horário: 20h

Valor: Gratuito

 

 

De 9 a 10 de novembro

"Uma Moça da Cidade". Foto: Vaca Azul.  

“Uma Moça da Cidade”, Anderson Bosh assina: autoria, direção e encenação, interpretação e direção de arte-figurinos, maquiagem, cenários, objetos, iluminação e música, com o Grupo UBU na temporada de espetáculos do aniversário de 15 anos do Circo do Mato.

Local: teatro de bolso do Circo do Mato

Horário: 20h

Valor: R$40,00

Dia 16 de novembro

“Uma Moça da Cidade”

Apresentação no Festival América do Sul, em Corumbá. 

Local: praça de ventos do FASP em Corumbá

Horário: 19h

Valor: Gratuito

 

Dia 17 de novembro

Navegantes.  Foto: Vaca Azul.  

 “Navegantes”, espetáculo do Grupo Flor do Cerrado, o qual Anderson Bosh assina direção de arte-figurinos, maquiagem, cenários, objetos. Também será apresentada no Festival América do Sul 2019. 

Local: praça de ventos do FASP em Corumbá

Horário: 17h

Valor: Gratuito

 

 

 

 

De 13 a 15 de fevereiro

“João e o Pé de Feijão na Terra do Nunca”, Anderson Bosh assina a autoria, direção e encenação, direção de arte-figurinos, maquiagem, com o Circo do Mato, na temporada de espetáculos do aniversário de 15 anos do Circo do Mato.

Local: teatro de bolso do Circo do Mato

Horário: 18h

Valor: R$40,00 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Matéria editada as 10h43 de quinta-feira (31 de outubro), para alteração na agenda do espetáculo "João e o Pé de Feijão na Terra do Nunca".