A reunião que aconteceu ontem entre o ministro dos transportes Antonio Carlos Rodrigues, o secretário geral da Presidência Miguel Rosseto e os caminhoneiros em Brasília terminou sem acordo e desde a meia noite de hoje, caminhoneiros em todo Brasil inciaram nova paralisação.
De acordo com representantes da categoria que participaram da reunião, a União se recusou a criar projeto que estabelece tabela mínima para valor do frete, uma das principais reivindicações dos caminhoneiros.
Segundo Janir Botelho, caminhoneiro que participou da reunião, a tabela de frete mínimo aumentaria em torno de 30% o valor do frete praticado hoje. O reajuste, conforme categoria, seria necessário para cobrir os gastos com o transporte e protegê-los de oscilações do mercado que, segundo eles, costumam repassar a baixa lucratividade no preço do frete.
“Essa tabela garantiria a cobertura de todos os gastos do transporte. Caso algum problema venha a acontecer no agronegócio, por exemplo, que não seja o transporte a pagar por isso. Que não possa ser contratado um frete abaixo do custo. Essa é uma tabela de custo e não de lucratividade”, explicou Gilson Baitaca, representante dos caminhoneiros autônomos.
Em Blog oficial dos caminhoneiros, a categoria criticou a posição do governo e lançpou nota convocando todos os trabalhadores do setor para participar da paralisação "O Brasil vai Parar". Ainda segundo a nota, apenas caminhões que carregam mantimentos para a cidade de Xanxerê (SC) serão autorizados a trafegar livremente. O município foi atingido por um tornado na última segunda-feira (20) e pelo menos 10 mil pessoas foram prejudicadas e cerca de mil estão desabrigadas.
O governo, conforme caminhoneiros, se recusa a ajustar o frete por entender que já atendeu as exigências dos caminhoneiros com a sanção da Lei 13.103/12, conhecida como Lei dos Caminhoneiros, que entrou em vigor este mês e estabelece a isenção de pagamento de pedágio para o eixo suspenso de caminhões vazios em rodovias federais além de estipular horas de descanso. De acordo com Secretário Geral da Presidência Miguel Rossetto, a tabela impositiva de frete é inconstitucional, e, por isso, não pode ser aplicada.