04 de julho de 2024
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ECONOMIA

Municípios do Brics buscam acesso a financiamentos do NDB

Pedido será oficializado em reunião na Rússia

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Municípios dos países membros do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estão se unindo para criar uma associação representativa no bloco. A nova entidade visa facilitar o acesso a financiamentos conjuntos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics.

Eduardo Tadeu Pereira, diretor executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM), informou que no próximo dia 21, na cidade de Kazan, na Rússia, será oficializado um documento para a fundação da Associação de Municípios dos Brics. Uma delegação de prefeitos da ABM participará do encontro.

"A ideia é que possamos trocar experiências sobre como os municípios resolveram certos problemas e buscar financiamento em conjunto. No caso do Brics, acreditamos que é fundamental que os municípios tenham acesso ao banco, que é um novo mecanismo de financiamento internacional", afirmou Pereira nesta segunda-feira (17), em São Paulo, durante o primeiro encontro do Urban20 (U20), grupo que reúne cidades do G20, co-presidido pelos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Fundado em dezembro de 2014 para aumentar o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no Brics e outras economias emergentes, o NDB tinha, até o início de 2023, aproximadamente US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse montante, cerca de US$ 4 bilhões foram investidos no Brasil, majoritariamente em projetos de rodovias e portos.

No mês passado, o NDB, atualmente presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff, destinou US$ 1,115 bilhão, ou cerca de R$ 5,750 bilhões, para o Rio Grande do Sul.

DESAFIOS DE FINANCIAMENTO

Em discurso no U20, Felipe Hees, coordenador-geral do Brasil no G20, destacou a escassez de financiamentos para projetos sociais globais, especialmente aqueles destinados ao combate à fome. "É impressionante. Apenas 2% dos recursos destinados ao financiamento beneficiam políticas públicas focadas em resolver esses problemas", disse Hees.

Ele enfatizou que aumentar os financiamentos internacionais para combater a fome é um dos pilares da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prioridade da presidência brasileira do G20.

"Não é mais um fundo de recursos que os países doadores precisam fornecer. O objetivo da Aliança Global é identificar todas as possíveis fontes de financiamento que podem ser mobilizadas para apoiar políticas públicas destinadas a resolver o problema. Existem organismos internacionais com uma variedade de fundos. Nesse caso, uma das formas de financiar políticas públicas é garantir que essas carteiras de organismos internacionais tenham uma porcentagem fixa, assegurada, de seus recursos – 5% – destinada a políticas sociais", explicou Hees.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL.