Mato Grosso do Sul segue em uma trajetória de crescimento no setor bioenergético, com a produção recorde de etanol e avanço nas iniciativas de descarbonização.
A cana-de-açúcar e o milho estão sendo usados de forma complementar na geração de energia, com destaque para o etanol de milho, que já representa 37% da produção total do estado.
Atualmente, o estado conta com 22 usinas em operação, gerando cerca de 30 mil empregos diretos.
Este crescimento está alinhado ao objetivo de Mato Grosso do Sul de se tornar carbono neutro até 2030.
Entre 2020 e 2024, as usinas bioenergéticas do estado evitaram a emissão de 13,7 milhões de toneladas de CO2, o que é equivalente ao plantio de 89 milhões de árvores, segundo a Biosul.
Na safra 2024/25, Mato Grosso do Sul produziu 4,2 bilhões de litros de etanol, consolidando-se como o quarto maior produtor nacional.
A produção de açúcar permaneceu estável, com leve aumento de 0,1% em relação ao ano anterior.

O evento Expocanas 2025, que aconteceu em Nova Alvorada do Sul, reuniu mais de 120 expositores e é considerado uma das maiores feiras do setor no estado.
A feira, que teve a presença de autoridades e empresários, é uma plataforma para discutir inovações e soluções sustentáveis na produção de bioenergia.

O secretário Jaime Verruck, presente na abertura do evento, ressaltou a importância do setor de bioenergia para a economia do estado.
“O Governo de Mato Grosso do Sul tem investido fortemente no setor de bioenergia, uma das prioridades da nossa política de desenvolvimento. A competitividade do estado, tanto nas florestas como na proteína animal, é um dos pilares para o crescimento dessa área”, afirmou.
De acordo com a Biosul, o etanol de milho foi fundamental para o salto na produção de bioenergia no estado, contribuindo para uma participação significativa no total produzido.
Mesmo com uma redução de 5,1% na quantidade de cana processada devido a fatores climáticos, a produção de etanol cresceu 10% em relação à safra anterior.
O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, destacou a resiliência do setor diante de desafios climáticos. “A complementaridade do etanol de milho foi um avanço tecnológico e estratégico. Mesmo com a redução na moagem da cana, o setor manteve sua capacidade produtiva e gerou bons resultados”, afirmou.
Para a safra 2025/26, as projeções indicam um aumento de 3,5% na moagem de cana, com expectativa de 50,5 milhões de toneladas processadas.
A produção de etanol deverá alcançar 4,7 bilhões de litros, um crescimento de 11% em relação à safra anterior.
O evento também serviu para fortalecer parcerias e mostrar a importância do estado como líder na bioenergia, conforme ressaltado por Pekelman.

Em reconhecimento ao trabalho realizado, o secretário Jaime Verruck foi homenageado pela Embrapa Agropecuária Oeste e pela TCH Gestão Agrícola, pelos serviços prestados ao setor canavieiro do estado.
O reconhecimento foi entregue por Harley Nonato de Oliveira, chefe da Embrapa de Dourados, e José Trevelin Jr, da TCH Agrícola.