07 de novembro de 2024
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LOJAS BRASILEIRAS

Lojas Americanas descobre rombo de R$ 20 bilhões

Mercado tenta absorver prejuízo

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 A Americanas (AMER3) informou na 4ª.feira (11.jan.23), ter notado um rombo de R$ 20 bilhões por inconsistências contábeis.  

Após comunicado, as ações da Loja despencaram na bolsa de valores.  

Após a detecção dessas inconsistências, o presidente-executivo, Sergio Rial, decidiu deixar a companhia.

O grupo de varejo afirmou que, apesar de não conseguir determinar todos os impactos do problema no balanço da empresa “neste momento”, acredita que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”.

Como referência, o atual valor de mercado da Americanas é de cerca de R$ 11 bilhões.

A Americanas afirmou que a decisão de Rial de sair da empresa ocorreu por conta da “consequente alteração de prioridades da administração” e que ele continuará como assessor dos acionistas de referência, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Segundo a empresa, dona de sites de varejo como Submarino e Americanas.com e da Ame, a contabilidade identificou “operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais ela é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras”.

O advogado Emanuel Pessoa, especialista em governança, comentou o comunicado. "O erro contábil descoberto é gigantesco, muito superior ao próprio valor de mercado da empresa no momento de sua divulgação, e que também tem o potencial de abalar a confiança dos investidores no Novo Mercado, segmento da Bolsa de Valores que, em tese, seria o de mais elevada governança corporativa e no qual as Americanas estavam listadas", considerou. 

Pessoa diz ainda que caso os lançamentos tenham sido feitos erroneamente de propósito, ficaria evidente que isto serviria para beneficiar os envolvidos. "Já que a compensação executiva variável em empresas de capital aberto é comumente atrelada ao vesting de ações e ao lucro das companhias. O erro tornou as ações das Americanas mais atraentes ao mercado do que deveriam ter sido e permitiu um maior endividamento do que aquele autorizado pelos investidores e credores", explicou.  

"Contudo, mesmo com os acionistas de referência comprometidos a injetar mais dinheiro na operação, a empresa precisará tomar medidas sérias para demonstrar que a sua Governança Corporativa é séria, efetiva e comprometida com seus milhares de acionistas", completou.