O Brasil deve atingir, por volta das 10h desta segunda-feira (9), a marca de R$ 1,5 trilhão de impostos federais, estaduais e municipais pagos desde o primeiro dia deste ano, revelam dados do Impostômetro da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Neste ano, a marca será atingida 19 dias antes do que no ano passado, o que comprova o crescimento da arrecadação tributária. "Não somos contra o pagamento de impostos. O problema é que o crescimento tributário é mais acelerado que o do Brasil e isso tudo não é revertido em bons serviços de saúde, de transporte, de educação", afirma o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, Rogério Amato. Impostômetro O painel do Impostômetro foi inaugurado em 20 de abril de 2005 e está instalado no prédio da sede da ACSP. Também pela internet qualquer cidadão pode acompanhar o total de impostos pagos pelos brasileiros aos governos federal, estadual e municipal, de acordo com os Estados e municípios. O sistema informa ainda o total de impostos pagos desde janeiro do ano 2000 e faz estimativas de quanto será pago até dezembro deste ano. Brasileiro trabalhou até 30/5 só para pagar tributos O contribuinte brasileiro trabalhou até 30 de maio só para pagar impostos. Segundo cálculos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), o brasileiro médio pagará de impostos neste ano o equivalente ao que ganhará durante 150 dias de trabalho (de 1º de janeiro até amanhã, 30 de maio). A conta inclui todos os tributos –impostos, taxas e contribuições cobrados pelo governo federal, Estados e municípios. São itens como Imposto de Renda, IPTU, IPVA, PIS, Cofins, ICMS, IPI, ISS, contribuições previdenciárias, sindicais, taxas de limpeza pública, coleta de lixo, iluminação pública e emissão de documentos. Brasil cobra imposto caro, mas é o que dá menos retorno à sociedade Segundo outro estudo do IBPT, o Brasil aparece entre os 30 países do mundo que mais cobram impostos do mundo pela quarta vez seguida. Também pela quarta vez, o país ocupa a lanterna em termos de qualidade dos serviços públicos prestados à população. Quando se avalia a relação entre carga tributária e qualidade dos serviços públicos –como educação, saúde e transporte--, o Brasil fica atrás dos vizinhos Uruguai (13º) e Argentina (21º). Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul ocupam as primeiras posições.