A planície do Pantanal é um dos lugares mais favoráveis à observação de vida selvagem do mundo. Em Mato Grosso do Sul, são mais de 165 espécies de mamíferos, sendo que aproximadamente 85 espécies ocorrem no Pantanal e em seu entorno. Assim como na África, o Pantanal se consolidou como um dos principais destinos do turismo de contemplação no mundo.
Pensando nisso, um grupo de pesquisadores e entusiastas da vida animal preparou um guia de observação, intitulado: “Mamíferos não voadores do Pantanal e Entorno”, com detalhes sobres as espécies, locais para observação e ampla pesquisa a respeito do bioma.
Coordenado por Leonardo Avelino Duarte, fundador do site sobre a vida silvestre Biofaces, o guia tem o objetivo principal de ajudar turistas, moradores, profissionais, estudantes e interessados em identificar e conhecer as espécies que compõem a região do Pantanal.
“Ao conversar com um biólogo, constatei a ausência de literatura especializada e a falta de estudos que revelassem os hábitos dos animais da região. Surgiu o sonho de elaborar um guia que ajudasse o interessado a identificar os animais da região, bem como para saber algo a respeito de seus aspectos ecológicos que servissem de substrato científico para estudiosos e que estimulassem novas pesquisas e trabalhos de conservação no Pantanal”, explica Avelino Duarte.
O livro foi editado pela Natureza em Foco, em conjunto com os pesquisadores Wellington Hannibal Lopes, biólogo e mestre em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria e doutorando em Ecologia e Conservação pela UFMS e Cyntia Cavalcante Santos, bióloga, mestre e doutoranda em Ecologia e Conservação pela UFMS.
Turismo de Contemplação
No primeiro semestre de 2015, cerca de 115 mil visitantes estiveram no Pantanal sul-mato-grossense, movimentando R$ 104 milhões. De acordo com o Ministério do Turismo, até o final do ano o número deve passar de 220 mil visitantes, sendo 40% estrangeiros. O turismo de contemplação atrai brasileiros e estrangeiros para mais de 50 destinos no país.
“O crescimento dessa atividade de contemplação se deve, em grande parte, à iniciativa de alguns poucos, que desde a década de 1990 começaram a instalar hotéis-fazenda na região, dedicados ao turismo ecológico. Graças a isso, mais e mais pessoas visitam o Pantanal”, avalia Duarte.
O Pantanal é um dos melhores lugares no mundo para a observação de mamíferos. Várias espécies, muito difíceis de serem avistadas na Natureza em qualquer outro lugar de sua distribuição, podem ser observadas na região, bastando um pouco de sorte e técnica.
Em Campo Grande (MS), por exemplo, capivaras, cutias, quatis e até mesmo tatus-galinha podem ser vistos dentro dos limites da cidade, especialmente nos maiores parques.
“A contemplação da natureza é um excelente hábito de vida e um bom remédio contra os males da modernidade. Acima de tudo, nos faz sentir mais humanos e nos habitua a lembrar do fato de que fazemos parte de algo maior”, ressalta Leonardo Duarte.
O guia também destaca a preservação das espécies, apontando pesquisas e listas com status de conservação e os animais ameaçados de extinção. Dispõe, ainda, de listas com alguns Projetos de Pesquisa para a Conservação de diversas espécies da fauna, desenvolvidos há vários anos na região da Bacia do Alto Paraguai e locais onde é possível se hospedar para realizar o turismo de contemplação.
“Há muito motivos para visitar a região, inclusive, com o objetivo específico de se tentar avistar uma onça-pintada em seu hábitat natural, por exemplo. Este livro pode ser a chave de conexão com esse universo fascinante”, afirma Duarte.
O livro será lançado no dia 10 de dezembro às 17 horas no Museu Dom Bosco.